Tantos rostos e nenhum mais cativa minha admiração.
Tantos corpos e nenhum mais causa-me euforia.
Tantas personalidades e nenhuma chama meu desejo.
Já não tenho a quem amar nem a desejar.
És enfadonho a busca incessante por tal romance.
Esse consumismo de corpos, egos e pessoas é fatídico!
Deixe caçoar, até mesmo se preocupar pelo meu isolamento.
Dessa insanidade já não quero mais, achincalhar, pra quê?
Já me basta fazer-me de ridículo à la Dostoiévski…
Consciência fatigada, visão embaçada, coração embaraçado.
Sabedoria tardia, experiência débil, dias obscuro.
Pessoas delirantes, sexo desfalecente, corpo degradante.
De uma coisa estou certo: – tudo há de acabar!
Um sentido eterno que retorna, e há de amar sua fortuna.
Superar a si e a todos iguais a ti, ainda sim é trilhar sozinho…
(Obra de Capa e Autor Desconhecido)