Beiro o precipício do niilismo.
Um circulo infernal posto num pedestal.
Essa minha mania de ver a fundo,
Tanto na mais bela arte como na umbral dos pensamentos.
Veja que audaz, um poeta metido a filósofo,
Procurando as razões num coração sem razão.
Quem é Pascal? Quem fora Renato Russo?
Não importa quem disse ou deixou de dizer.
Eu queria poder dizer: – AH! como amo-te.
Mas pior que uma frase sem sujeito, é um amor imperfeito.
Olhe fora e adentro, quanta falta de talento.
Ainda penso em Camões e na diva Lispector.
Estou a beira do niilismo, sem dor e sem sentido.
Estava perto do Jardim do Éden.
Me perdi num beijo e vim parar aqui.
Solteiro, sem casa e sem pão, mas cansei de dizer não!