Um dia como outro qualquer, bem, nem tanto.
Me via em uma sala vazia a princípio, estava no centro vigiando os cantos. Sem porta nem janelas, só estava ali, ajoelhado, meio que inconsciente como um despertar numa manhã de domingo. E percebia que havia tanto movimento numa sala vazia. Sim, eu estava ali, sem porque nem pra quê…
O tempo se passava como num badalar dos segundos de um relógio antigo. Imagens me apareciam no espaço entre mim e as paredes, como um holograma ou a projeção numa tela de cinema. Era minha consciência!
E conforme eu ali presente vislumbrava me vinha o porque e o pra quê… era eu sem saber como, revia e revivia minha vida, minhas experiências. Ajoelhado ali eu existia e pessoas surgiam em formas quase que tangíveis, umas desnudas, outras inoportunas. Nada que eu fizesse interferia no ir e vir de todos que ali passavam. Para alguns eu gritava, por que? Para outros eu apenas ignorava, não sabia porque ali estaria.
E percebi que dentre tantos que ali passaram, nenhum ficou. Pois é, estava ali sem saber se era solidão ou saudade, se era uma prisão ou liberdade…