Deixo de refletir-me no espelho, pois já não me reconheço mais.
Por fim minha identidade foi escoando pouco a pouco.
Perco-me pelas ruas procurando por olhares.
Perco-me nos livros tentando me encontrar.
Mas para tudo que eu olho não vejo nada.
E tudo que eu ouço é o vazio da minha personalidade.
Corrompido pelos vícios, me sinto sem abrigo…
É difícil imaginar que tudo não valeu pra nada!
Do que adianta tal inteligência se me mantenho inerte nesta existência.
Do que adianta saber escrever belas palavras, se a ninguém mais toca.
Do que adianta ter e não poder ser e exercer.
Pra que ser tal inspiração sem uma dedicação.
Sou mais um como outro qualquer.
Sou ninguém a quem poderia ser.
Sou nuvens escuras para um céu azul.
Sou nada mais nada menos que um pequeno idiota!